sexta-feira, 8 de maio de 2009


O "imponderável" e as Torres Gêmeas

Em boca fechada não entra mosca. Acho que este tem sido o provérbio que mais ouço nesta vida e nem por isso "dou ouvidos" .
Não é raro me arrepender de falar demais! Não acredito em horóscopo, o que não me impede de dar uma espiadela, quase que diariamente, no que os astros reservam para mim. E, quase sempre os astros aconselham-me a ser mais reservada, a ouvir mais e falar menos.
Minha família acostumada aos meus palpites, não faz nada sem perguntar primeiro o que eu acho, e se por acaso ninguém perguntar, não tem problema eu dou minha opinião e como se diz: “meto o bedelho onde não sou chamada”.
Foi em junho de 2001.
O marido perguntou o que eu achava de viajarmos para os Estados Unidos com as duas crianças.
Iríamos primeiro à Disney e depois seguiríamos para Nova Yorque onde mora minha irmã.
Eu poderia ter dito apenas sim, ou qualquer coisa como oooobba! Vamos sim.
Mas não, não posso me furtar a falar além da conta. Disse ao marido que se, naquele momento tínhamos o dinheiro, o tempo e a saúde aquele era o momento certo, já que não sabemos o dia de amanhã.
Assim fizemos. Passeamos bastante com as crianças pela Disney.
Se eu, falo demais, o marido se diverte um pouco demais para o meu gosto. Depois da cansativa Disney voamos para Nova Yorque.
Eu não conhecia a "Big Apple" e o marido resolveu fazer as honras da casa, mostrando tudo o que podia, no menor espaço de tempo.
Organizado, geralmente ele leva um roteiro que mais parece uma tese de mestrado. Não fica satisfeito enquanto não "tica" todos os pontos turísticos assinalados.
Saíamos de casa muito cedo e chegávamos bem tarde, com as crianças exaustas. Eu ainda tinha que dar banho e comida para as duas meninas, enquanto ele fazia as contas e o roteiro do dia seguinte.
Perdão, sei que este texto está ficando cansativo, como a viagem, eu avisei que falo demais. Se o leitor quiser dar uma paradinha, tomar um cafezinho e se ainda assim quiser voltar, eu espero.
Fazia um dia lindo de primavera em NovaYorque, no céu azul só havia aqueles risquinhos brancos dos rastros deixados pelos aviões.
Um excelente dia para um passeio de ferry, para mostrarmos as crianças a Estátua da Liberdade. Depois ainda, andamos pela Broadway, pegamos metrô, ônibus, subimos o Empire Estate e finalmente, fomos descansar ao pé do World Trade Center.
Havia um violinista tocando uma linda música e eu achei que era uma ótima maneira de terminarmos aquele dia tão movimentado.
O marido ainda não estava satisfeito e quis saber o que eu achava dele subir as torres gêmeas para ver o entardecer...
Ele já tinha ido a NovaYorque, alguma vezes e nunca subiu às torres, o dia estava lindo e além do mais tinha comprado um daqueles passes de turista que dava direito a visita. Eu não quis demonstrar que estava exausta, doida para pegar o trem de volta, e ao invés de, falar um não redondo, ponderei:
- Querido, até que seria uma boa, mas vejo que as crianças estão exaustas. Além do mais, esta não é a ultima vez que você vem a Nova Yorque, deixe para a próxima. Estas torres estão aí há duzentos mil anos (exagerei) quando você vier, de uma próxima vez, você sobe.

3 comentários:

  1. Sabe que aconteceu o mesmo comigo? Meus amigos nunca me perdorão por isso!
    Angela Nabuco

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  2. Sorry, escrevi a palavra "perdoarão" de forma errada.
    Angela

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  3. Alguns anos antes, meu filho, de passagem por Nova Yorque, subiu lá. Quando aquilo aconteceu, eu estava assistindo a CNN e entrei em choque. Depois, comecei a chorar pela mãe cujo filho subiu naquele dia, seja lá quem for... Gostei da crônica. Simples, sem drama, e gostosa de ler.
    Angela Tygel

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